segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Rodei vinte uma vezes envolta do baobá





Rodei vinte uma vezes envolta do baobá,
e nada esqueci,
um carrossel de tulipas azuis rodopia
entorno da minha cabeça,
enquanto olhos de leões e leopardos
trazem todas as vozes da África
para os tonéis da tinta
que usei para pintar os lábios no dia em que nasci

No dia em que nasci uma estrela de múltiplas pontas
cruzou o céu de outubro,
escreveu isso minha mãe numa carinhosa carta
nos dias em que quase perdi a consciência
das coisas como assim conhecemos

E eu me debatia nas águas do lamaçal,
e eu me debatia sob os raios pegajosos do sol

Foram histórias dessa existência e outras existências
Foram vivências escritas com as gotas do meu único sangue

(edu planchêz)

Nenhum comentário:

Postar um comentário