segunda-feira, 29 de agosto de 2011

nos saborosos seios dela




A estátua do ídolo troiano paira
entre o estar sonhando e o não estar sonhando
do meu estado de lucidez intocado

Todas as colunas do antigo templo permanecem intactas
sobre os meus eletromagnéticos joelhos,
meu nariz aponta para o céu do vindouro outubro
e os dedos dos meus pés para o que vem

Na maior de todas as taças nadam os filhos e as filhas
do que falo e do que ainda falarei

Minha poesia apanha-te no ar,
nas caldeiras arcadas sobre a cidade,
na cabeleira dos pincéis de Magritte,
nos saborosos seios dela,
nos medalhões deixados pela tarde
sobre as pedras do Aterro do Flamengo

(edu planchêz)


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