sábado, 30 de julho de 2011

meu poema normal tirou os sapatos e a camisa






mudando de estações, virando páginas,
abrindo outras portas, conhecendo um outro eu,
um outro você,
para nada dizer porque nesse agora nada deve ser dito

assopro as tuas e as minhas cinzas,
assopro o que deve e o que não deve ser assoprado

ligo o ventilador, sinto frio, desligo, volta o calor
e a lembrança de alguma coisa de que não consigo aqui relatar

o sábado segue normal nos meandros de jacarepaguá,
nenhum papo-amarelo alvejou minha janela, nenhum louva-deus
me procurou para fazermos amor

meu poema normal tirou os sapatos e a camisa,
com os seios à mostra,
certo está que os lábios da musa puta
os sugará até o vindouro verão

(edu planchêz)

Infindos vinte e um dias




"O imaginário mundo do Doutor Panassus"
e uma mágica calcinha cinza,
foi a herança que ela me deixou,
foi o que ficou do efêmero amor,
dos vinte e um dias de festa nas entranhas
da origem do homem e da mulher(eu e ela)
emergidos em nossos ventres,
no ventre da imaginação construtora de mundo

Você que esteve fora dessa ebulição,
certamente não compreenderá,
não saberá o que Orfeu e Eurípides
saborearam dentro do palácio
de seus próprios sangues,
dentro das bolhas azuis rosadas de Cinderela

O céu se fez pessoa em nossos corpos
e preparou uma infinidade de pratos
para celebramos por trinta bilhões de anos luz de vela
infindos vinte e um dias

(edu planchêz)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

o poema vem da lágrima, do sangue, do sêmem










"É tão natural em você Edu.
Gosto de tuas poesias,
confesso que assustam um pouco...
pela motivada sexualidade aflorada."


Sexualidade é vida,
sou dionisíaco, é minha natureza,
não se assuste

"Eu ainda não passei por este estágio.
É um susto deveras natural, suave, acho.
Você é doce, além de visceral."


Você me atrái,
o misterioso,
não exatamente sexo, é alma...

"Que coisa linda de se ouvir!
Poxa!Quero um poema teu, sabia?!
Sim. Sim e sim!
Para eu exibir como tatuagem."


Te imagino como uma mulher fada,
pessoa mágica, paixão pura

"Ah, assim fico rosa avermelhada, tamanho lisonjeio."

Não fique, você é alguém que me emociona

"Você é querido por muitos."

Sou...mas ser querido por você...
é algo indiscritível

"Ai ai ai.Dear!"

Te admiro,
obrigado por meu dar atenção,
valorizar...
pelo o carinho de tua flor cor rosa

"Querido, fico contente com tua presença.
Tens uma energia luminosa."


Você me deixa mais luminosos com essas teus dizeres
Adorei ouvir que quer um poema para ser tatuado em você...
o coração tem 4 cavidades

"E minha poesia?"

Você já à tem...
coplexo escrever um poema para você que não seja de amor,
sou abissal, vou muito fundo

"Gostarei!"

Meus poemas não são só poemas,
são tratados, juramentos

"Hum!!!"

Te toco no poema além da pele

"Ui"

O poema é a realidade última

"Sinto-o."

O escrevo nas paredes do ventre,
em cada celula de tua,
nos fios de teus,
Flora, sou Orfeu

"Uau."

O poema vem da lágrima, do sangue, do sêmem,
da vida e da morte

"É deveras um regalo tê-lo como poesia."

(edu planchêz e a vida)

O dia rasteja sobre o corpo da noite





Chego ao término começo de algo
ainda não muito bem compreendido,
em mutação, em muda, troca de penas e bico,
andei dormindo sobre as escamas de minha própria pele,
sobre os nacos de luz e sombras

Sem estrelas e sem os lábios do vento,
andei dormindo, dormi andando,
ignorando as alturas e as saliências da cidade

Vi rostos e rosto me viram,
me perdi e me encontrei nas respostas, nas perguntas,
nos narizes do tempo sem chuva,
no frio e no sol do horizonte

Esse é o meu poema, esse é o café e o pão,
a fome de não ter dormido,
de querem transpor as vidraças
e os obstáculos naturais de quem está crescendo

Há quilometros ouço o tagarelar do Minuano,
as vozes amarelas dos Andes ,
a cantoria debandada dos besouros...

Reparto o vindouro vinho,
minhas setas e as maçãs...
O dia rasteja sobre o corpo da noite

(edu planchêz)

Rosa deliciosa, Rosa entranha





Rosa deliciosa, Rosa entranha,
Rosa que me espeta todo com seus espinhos maravilhosos...
Rosa que merece ser lambida petala por petala,
acariciados por meus lábios
sejam seus pequenos e grandes lábios de Rosa desejada

Rosa licorosa, Rosa líquida, leitosa...
Rosa assim nas minhas mãos sem nada,
nua em absoluto sob o céu dos meus olhos e pêlos

(edu planchêz)

sábado, 23 de julho de 2011

seres opacos sem nenhum rock in roll...






"Melhor morrer de vodka do que de tédio",
melhor abandonar o corpo e essa sociedade aos vinte e sete
do que continuar um banal
covarde acomodado escravo fecal do sistema
membro dessas famílias velhas

Melhor deixar essa sociciedade cedo
do que ficar por ai vagando sem cerebro e sem alma
em meio a um monte de seres opacos sem nenhum rock in roll

Esse mundo fede a caretice,
é uma Bruxa distribuindo pirulitos de veneno para as crianças
Os Zumbis venceram,
os mortos vivos continuam devorando seus pães de hipocrisia
sob ao violenta luz do sol do Juizo Final
que chega mais cedo para os mais sensivéis

(edu planchêz)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Mais que noite, mais que dia





Mais que noite, mais que dia,
a essa hora o que mora em mim se despede
do estar acordado e mergulhar no estar inconsciente
para com o sol das escaladas apertar as mãos do alvorecer
antes da Terra no vácuo se revirar

(edu planchêz)