quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vou ver no mar a aparição de Bontem...


"Ao meio dia. O sol brilha com luz amarela. O amarelo é a cor do meio e da medida. A luz amarela é, portanto, o símbolo da civilização e da arte em seu apogeu, cuja harmonia estão no perfeito equilibrio." (Iching)
Indo ver o mar e o mar indo me ver,
pulo nas camadas do sapato
da maré nossaa irmã,

nos prismas da pirâmide
que está na capa do disco da banda
que para o sempre nos embala

sob as rotações ígneas


E eu vou parte inteira,
pés e mãos, ao ataque,

ao lacre que destrava os diques

e me ponho de joelhos
diante de todos os iluminados

Vou ver no mar a aparição de
Bontem ,
Taishaku ,Atmam Bishamon,
Dai Rokku Ten no Mao,Kishimojin...
detentores dos poderes arte-"milagrosos"

E eu sou filho da falha geográfica que gerou o BEATS

e outros pancadões da alta voltagem

da generosa cor lilás
azul amarela...

Sei com quem falo,
sei que muitos compreendem com perfeição o significado
e a significância desses dizeres,

dessa entrega abissal


Irmãos e irmãos,

nada ou pouco sou diante de vocês


( edu planchêz)

sábado, 24 de setembro de 2011

água do sol


















palavra grudada em palavra
você grudada em mim...
e nesse grude vamos espalhando o polém
de flores equatoriais
nos irmãos e irmãs que estão na Europa,
no sul e no norte, no leste e no oeste
desse continente partícula corpo
de meus ancestrais

ouço o ruído e o apito da embarcação
( que é minha própria existência),
ouço os trotes de meus medos ( superáveis)
caminharem pelos ladrilhos da casa

suponho que meus poemas são bem construídos,
suas vigas e bases possuem os alicerces
alinhavados por meus mestres
e pelas tintas do que fiz e do que faço

venham cores das plantinhas do meu amor
colorir o que é simples, estou triste...
possuo os instrumentos para decantar o líquido sódico
das dores e beber a água do sol

(edu planchêz)

Nelson Mortta terá uma explicação para esse paradigma?



Esse planeta tá passado por uma agúda crise de conservadorismo, se falo a palavra "caralho" ninguém comenta, parece que todos aqui são protestantes, menos o Tavinho Paes, Tico Santa Cruz e Rogerio Skylab que são Sufis fumadores de churutos de hortelã-pimenta e canabris gradativas. Infelizmente tenho que conviver com essa "gentálha", com essa geração repugnante sem alma filhos da Malhação e da puta que pariu o dinheiro, as batatas palhas e as academias anti-poesia, filhos da morte burra, assassinos das estrelas e das flores. Nelson Mortta terá uma explicação para esse paradigma?
(edu planchêz)

CELIS MULHER LINDA

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

janela que tudo sabe


O copo de boca redonda
cabe com sutileza
minha minha mão quadrada,

meus pés do tamanho dos dentes azuis do vento sedento


E eu corro pelos aéreos campos,
pelas curvas ruidosas
que o mar de vagalumes
faz entorno da casa


Os Setembro se desintegram
na cromagem furtiva das plantas,

nos casulos das aves que dormem
voltadas paras as estrelas de pitangas do céu de Vênus

Novamente aquele raio da vida sublime voltou
para nas margaridas
tecer rendados de unicórnios e dragões,
ciganas desejadas pela noite de mim mesmo,

cascavéis de luzes impactantes

Essa é a vida que vejo antes do sol terreno crescer
nos rasgos da janela que tudo sabe


(edu planchêz)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

olho no olho, boca na boca



olho no olho, boca na boca,
e não é sonho e é sonho,

é o corpo dela sobre o meu corpo no espaço música


mesmo que não seja,
para mim é verdade,

realidade possível, extrema e quente

(edu planchêz)

esse pedaço de sol me pertence



esse pedaço de sol me pertence,
um antigo Cacique
que andou pelos prados
com uma brasa sobre a unha do polegar esquerdo
o deixou-o sobre o meu vasto peito
num dia de pouca luz

e com o tempo meus guizos foram crescendo,
e os anéis em volta deles também,
seguiu-se o tempo e o tempo trouxe o gelo,
a neve, os filhos da neve,
os navios e os lobos,
as aranhas e os roedores

o pequeno pedaço de sol cá está,
sobre a unha do meu polegar,
se ramificando lentamente por dentro das veias,
das artérias, dos lóbulos da cabeça,
das raízes retorcidas da alma

( edu planchêz)




ciscador de punháis de cêra


Sentado numa cadeira
conto os pontos luminosos...

me faço parede, embarco nas portas abertas da casa
ignoro as roupas
e mesmo o estar sempre nu


é na poesia que destravo o micro macro mundo,
destravo o mundo em que vives,
isso tão verdeiro como é verdade
que a menina Ana é a agente
de tudo que ocorre no filme
Cria Cuervos de Carlos Saura

feiticeiro de quase tudo,
de quase nada ( eu e Ana),
um ciscador de punháis de cêra
sentado à cadeira para uma foto

(edu planchêz)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

águas saídas de nossas mãos em gestos de reza




As meninas de Aldebarã
me pegam pelos dedos, me arrancam da cova sem luz,
fria escorregadia de tristezas infindáveis

O poeta falhou e acertou ao mirar o alvo,
a cena maior do espectro celeste,
a paisagem pétrea brilhante

As meninas de Aldebarã não medem o tamanho do espelhos,
o número de estrelas lilazes que flutuam nas retinas...
elas simplesmente se banham conforme disse o poeta,
nas águas saídas de nossas mãos em gestos de reza

(edu planchêz)

domingo, 18 de setembro de 2011

se o céu cái caio com o céu


roupas penduradas,
pequeno quarto,

a casa miúda que hoje habito...

soube que Espinoza morava

de favor na residência de um amigo,

William Blake era ajudado por seus amigos

e vendia as xilogravuras
que ele plasmava

para conseguir alguns viveres


eu nada vendo,
espero cair do céu

ou que o céu caia sobre mim


se o céu cai caio com o céu


roupas penduradas,

pequeno quarto,

a casa miúda que hoje habito...

soube que Espinoza morava de favor
na residência de um amigo,
William Blake era ajudado por seus amigos
e vendia as xilogravuras que ele plasmava
para conseguir alguns viveres


(edu planchêz)

o que nunca foi nem será vencido



para não ter que engolir mais uma vez o choro,
desço aos infernos, pelos fossos,

pelas arcadas luzes das aparições,

pelas pontas dos aguilhões do meu próprio bicho


e o que me resta é o choro,
enxurrada coberta de gravetos,
de cascas e sementes,

lembranças e mágoas humanas


meus canais estão todos abertos
para receber das cruesas de vossas mãos
o que nunca
foi nem será vencido

(edu planchêz)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

"Edu Planchêz, você é um gênio", sou?


Não vou dizer que é o mais importante, mas ainda não tenho meu nome marcado na página dos prefirenciais, aqui no quase anonimato vou costurando o que chamo de arte, obviamente para o vento ler, para nas gavetas do quase nada apodrecerem

"Edu Planchêz, você é um gênio", sou? Gênio devendo luz, com dez reais no bolso... com uma banda maravilhosa, com músicas e poemas magistrais empaleados nas arestas,
nos cantinhos onde não incomodam


Claro
se você me abrir uma porta ganhará um competidor,
um que vai roubar um pouco ou toda a tua fortuna e fama...

mas maior do eu e você é o tempo,
é sol,
é a sombra do que sempre passa

Minha arte é tão importante para essa civilização
qual a arte de Bob Dylan,
será que não percebe?
E diante de tudo que te falo agora,
vai permanecer trancafiando meus caminhos,

me jogando de lado?


Mas eu voz digo que os trovões da minha avassaladora arte

é bilhões de vezes maior que você,
que os teus cadeados,

tuas algemas de estriquinina não passam de pó de ossos

(edu planchêz)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

esperando os beijos das nuvens rosadas

( Foto: Serjão, Aurino, Fred, Carlos Hamilton e Edu Planchêz)


A Nasa descobriu um planeta que gira em volta de dois sóis,
em volta de dois sóis escrevo uma frase ilegível
em nome do que não precisa ser lido

porque nada quer dizer, os sóis já dizem tudo

Dois sóis e uma frase ilegível perambulam nas linhas da minha visão
Eu perambulo pela pátria dos que andam pelas praças,
dos que movem-se em direção ao passado e ao futuro,
nunca fazem nada porque nada há para se fazer

O não movimento, o total movimento...
a tigela de prata repleta de peixes azuis
permanece sobre a mesa do imperador,

brilhante, límpida...
aos beijos das nuvens rosadas


(edu planchêz)

Uma carroça cheia de poetas carnais





Uma carroça cheia de diabos troteava pisoteando a mata fechada dos ternos cabelos dessa cabeça receptora de imagens
e criações...
mas não eram diabos e sim pássaros comedores de olhos,
abelhas ofativas vindas das profundezas agarradas num cordel de ouro raspado,
nas páginas das revistas,
nos pregos dos possíveis móveis,
na capacidade "astronauta da espécie"

Atabaques se contorcem,
pés marcam sobre os pedaço de terra as palavras
ditas pelos canções do planeta em chamas e em chuvas

Uma carroça cheia de diabos tocando instrumentos de sopro,
aporta pelos bares, nas fedorentas ruas da Lapa...
dentre eles, Manu Chao, Sergio Godinho, Luciano Queiroga,
Glad Azevedo, Sergio Sampaio, Edu Planchêz, Tavinho Paes,
Tico Santa Cruz, Igor Cotrim...


Uma carroça cheia de poetas carnais liderados por Zilete Helô,
Mano Melo, Flávio Nascimento, Chacal, Samaral
e Brasil Barreto...
acompanhou o sonoro cortejo até o cais de gaivotas e latarias...
para numa naus de claves de sóis
embarcarem rumo ao sem rumo ( por música)


(edu planchez)


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

E todas as molas que movem o mar, a Terra e os planetas moveram Raimundo Venceslau


"Somos formiguinhas do Universo, com uma função cósmica,
um propósito, uma intenção de vida."


Ele diria que todos somos formigas, cortadeiras,
formigas-de-fogo, formigas-cabeças-de-vidro,
ultra e intra galáticas
caminhando sobre um punhado de palavras

Ele não diria nada e diria tudo e nos chamaria
para vermos aquelas estrelas quase prontas
a borbulharem na frigideira feito pedaços de bife

Também cortaria a cebola com os dentes e com as pontas dos dedos
e faria com que todos os feijões brotassem sobre a mesa
e as cadeiras,
e consequentemente nos brindaria
com uma floresta de trepadeiras


E todos os versos que ele picotou
E todas as molas que movem o mar,
a Terra e os planetas
moveram Raimundo Venceslau,
moveram sua aventura humana,
suas dores e prazeres,
o levaram para o fundo de todos os livros

O artista poeta vive entre o mundo dos homens
e o mundo dos santos,
é um sem lugar, um sem pátria,
o absurdo de todas as famílias (afirma Henri Miller)

Nunca esquecerei que o filho genético que tenho nessa vida,
devo a esse desgarrado, a esse sem lei,
a esse desajustado, que nunca se conformou
com a pequena vida dos que desconhece que são pequenos.

(edu planchêz)


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Onde toco há algo quente, algo frio


"para que nasça a borboleta, primeiro deve morrer a lagarta."


Onde toco há algo quente, algo frio,
e o que é esse frio, e o que é esse calor?

No corpo uma centopéia,
movo uma de minhas muitas patas e toco você (preparada para bailar)
tingindo o coração de plásticas estrelas
e de estradas


A dor que andou por perto foi comprendida,

coloquei a mão do sentir nas cratéras da lagarta
para desdobrar as asas

(edu planchêz)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ouço canções uterinas




















meu pau é uma antena captando sinais,
estações pentelhudas, estações mágicas com som e imagem 3D
de dentro e de fora de você, fêmea de qualquer cor e espécie,
classe e altura

essa antena atada a tua antena, estação à estação, pêlo por pêlo

ouço canções uterinas cruas, ruidos ventrais...

radio escorpião,
transmitindo diretamente de meu pau a corrente vibratória cor lilás
quen combina perfeito com as cores que ora transmite

una teu cio ao meu cio, noticias orgasticas a noticias orgasticas

o melhor programa dessa manha tarde noite
é transmitida gentilmente por minha antena
pau, por tua antena grelo e cia

(edu planchêz)

Estrelas virís


(Foto: Antonin Artaud)


Filósofos são zumbis especulando como deve ser levada a vida,
não passam de paranóico sem graça que perdem a existencia calculando,
rabiscando tratados sobre o nada, pois, nada dizem,
ou simplesmente falam demais

Os que racham as caras cravando as bundas
e as bocas nas espirais do mundo
são em minha ceia benvindos;
mas esse economistas,
didáticos, para-didáticos de pouco ou nada servem...
o que há de melhor nas escolas é a merenda e as merendeiras,
o resto: gaióla, gretas, correntes, presídio,
cadeira elétrica, injeção letal

Qual é tua direção,
qual é a direção, o paradeiro correto?
O véu e grinalda,
os banquetes faraónicos, a mizéia completa...

Contando moedianha,
notas verdes-azuis cor de bosta...
O sol é redondo, o sol é quadrado,
o sol tem a formato do meu pau

Quando a luz acende,
você apaga, quando a porta abre, você fecha
e pega a foice e decepa a cabeça dos pássaros,
com pedras obtusas destrói a lua e as tulipas

Vem mesmo me cobrar as contas pagas,
os pratos limpos,
o cu não cagado...
que pego teu banco de valores e estraçalho
com os versos lança-chamas de Diego El Khouri

Me peça um pedaço da Terra (vai, possou poderes)
que te dou um punhado de ossos de teu próprio esqueleto,
ossos de tua própria falta de memória,
ossos da estupidez dos que te criaram

Cidade Monstro de monstros comedores da anti-visão,
do anti-delírio, do anti-cinema, do anti-amor,
da máquina trituradora de flores e céus azul-pastel

O senhor da desordem que me habita nesse agora,
destelha todas as casa
para que a "noite da grande fogueira desvairada" ensope
tua cama de estrelas virís

(edu planchêz)



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

pós guerra pré guerra




desdobro as retinas para a manhã caprichosa
estampar seus jornais de pétalas
que ultrapassam o homem e seu calculado tempo...
estou numa manhã pós guerra pré guerra,
quase na garganta do mar cíclico da baixada de jacarepaguá,
na traqueia do peixe que nunca viu o sol...
e não sou jonas e sou jonas corpo da baleia e do bagre do eterno
onde vive minha mãe

(edu planchêz)