quarta-feira, 24 de agosto de 2011
o sentimento de ser chuva
Remos espalhados pelas águas da outra dimensão,
a canoa adentrou-se na noite do tempo
levando com ela o uivo de um cão
Nas asas de mil morcegos permaneço
até o espocar da secreta primava
que traz do fundo sutil da neve os floridos bosque
Canta o pássaro sem nome bem dentro da gota,
da lágrima comum a todos,
canta um canto que sinaliza para esse caminhante,
um cendeiro, uma senda, uma clareira,
um fio d'água perdido na areia
Acende-se uma tocha no alto da cabeça do mar de folhas,
agora e sempre posso ver tudo,
as muitas fases da lua,
as manchas dos sóis
que rodeiam o sentimento de ser chuva
(edu planchêz)
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