domingo, 21 de agosto de 2011

pés deliciosos




Descrevo o que vou ver guiado
pelo "azeitado eixo do sol"
e pela plantação de palavras que preguei na lua azul de Kamakura...
pós tantas noites, pós você pendurar nossas roupas,
nossas peles, nossas cabeças e bocas nas cadentes almas
das estrelas que são as pessoas generosas

Você chega trazendo nas cavidades do ventre
a fornalha e a geleira da próxima Era que ora começa
diantes dos Ibíscos
e das Dálias cor de laranja do meu antigo quintal
que agora fica num dos meus neurónios

Andando pelo Leblom na lanterna da última nave
do salto do negro sapato da negra dama,
da negra frase que escrevo nas crinas do mar

Pequenos, eu e você, tu e ele,
as aves que chegam das ilhas Cagarras
via África,Zimbabo e Zâmbia

Vou falar o que não sei com as pontas dos dedos,
com a pele profunda da sola dos meus pés deliciosos

(edu planchêz)

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